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Uma Experiência de Ficar no Banco com o meu Eu Mestre


Uma Experiência de Ficar no Banco com o meu Eu Mestre

Ficar no banco tem sido um alívio para mim nos últimos tempos. É quando me permito movimentar meu corpo, fazendo uma caminhada leve até a praia, onde me sento no banco da orla, quase todos os dias, quase no mesmo horário. A maioria das vezes, LH vai comigo. Ficamos conversando, observando as pessoas, fazendo amizades com os cachorros que passeiam com seus tutores.


Um dia, indo sozinha, tive uma experiência preciosa ao ficar no banco. Fiz uma caminhada um pouco mais longa e, na volta, me sentei no banco de sempre, que é mais perto de casa, em frente ao mar. Sempre ao me sentar no banco, respiro fundo, como se estivesse liberando um peso nas minhas costas, me proporcionando um momento para fazer nada, para apenas me permitir.


Logo que sentei, olhando para o mar, percebi nuvens escuras se aproximando da praia, vindas do litoral. Olhei em direção ao farol, que fica na outra parte da orla, e ele estava coberto por essas nuvens. Não conseguia mais ver a luz que vinha dele e que sempre costumo observar quando fico no banco.


As nuvens de chuva pareciam correr em minha direção, mas permaneci sentada, imóvel, onde estava, apenas observando o movimento. Sabia que a chuva estava prestes a cair, mas sabia também que estava segura. Certamente ficaria muito molhada, mas minha casa estava logo ali. Apenas tirei meus óculos de grau, abriguei-o entre minha camiseta e meu corpo e respirei fundo.


A chuva batia forte em meus olhos, quase não conseguia deixá-los abertos. Mas fui me adaptando, procurando uma direção para olhar que pudesse ficar mais confortável. O mar estava agitado, a chuva caía forte. E comecei a sorrir por dentro, me divertindo e me observando ali, sozinha agora. Todos ao meu redor correram, procurando abrigo, quando a chuva começou a cair. Eu fiquei ali, eu e a chuva, eu e o mar... Eu e meu Eu Mestre, que estava comigo apreciando este momento.


Voltei para casa feliz, leve, trazendo comigo a sabedoria dessa experiência, uma metáfora que significa muita coisa que já vivi e que, agora, pude observar ao lado do meu Eu Mestre.



(Aline Bitencourt)

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