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LH Rico

Muitas mudanças ocorreram na minha vida a partir de 2004. Nessa época, morava na praia de Riacho Doce, litoral norte de Maceió, Brasil. Foi lá onde, um dia, eu descobri a arte e comecei a pintar. Trabalhava em uma função no Poder Judiciário Federal. Minha vida era “normal”, mas algo mudava em mim... Como se começasse a acordar de um longo sono.

 

Começava a ter consciência da minha própria vida. Eu já percebia que não gostava do trabalho no Tribunal. Sentia-me preso, mas ponderava. Tinha um salário razoável e alguns benefícios. 

 

Em 2005, eu e Aline decidimos comprar um apartamento em uma área mais central da cidade. Compramos o imóvel na planta. Os móveis foram planejados por nós. Os objetos de decoração, cuidadosamente comprados.

 

Num dia em 2006, quando estava trabalhando, peguei um processo para dar andamento e um documento caiu ao chão. Quando me abaixei pra pegá-lo, olhei pra cima. Parei uns instantes e me perguntei o que era que eu estava fazendo ali. Senti que era o momento de pedir exoneração daquela função. Cheguei em casa, esperei Aline voltar do consultório e falei para ela o que eu tinha sentido naquele dia. Ela me ouviu e disse que me apoiaria no que eu decidisse. No outro dia, já tomei as providências para sair do Tribunal. Retornei a meu cargo de origem, em outra instituição. Isso reduziu minha remuneração quase pela metade. Mas segui meu coração. Alguns meses depois, nos mudamos para o apartamento.

 

Em 2007, minha mãe foi diagnosticada com câncer em fase terminal. Era início do mês de junho. Eu decidi que iria acompanhá-la até o “final”. Praticamente foi isso que fiz até setembro, mês em que ela “partiu”. Minha convivência com Aline, nesse período, se restringiu ao pouco tempo em que passávamos em casa e nos finais de semana. Ficava no trabalho pela manhã e o resto do tempo era ao lado de minha mãe. Chegava em casa por volta da meia-noite. Nessa época, cheguei a pintar 14 telas em uma semana, tamanha era a minha necessidade de canalizar as energias. Foi um momento desafiador, mas libertador.

 

No final de dezembro, eu e Aline viajamos de férias para o sul da Bahia e decidimos que moraríamos em Salvador. Eu pediria transferência do meu trabalho. Sabia que teria que encontrar alguém de Salvador que aceitasse fazer o caminho inverso para, assim, concretizar a permuta. E isso poderia não ser tarefa fácil. Liguei para o Recursos Humanos de Salvador e a pessoa que atendeu ao telefone foi quem fez a permuta comigo. SIMPLES ASSIM! Além disso, nós ainda alugamos para ela o nosso apartamento em Maceió. O que fizemos com as coisas do apartamento? Vendemos, doamos... Liberamos eletrodomésticos e móveis que tinham pouco mais de um ano de uso. Só trouxemos para Salvador nossas roupas e objetos pessoais.

 

Alguns dias antes de ser oficializada a minha transferência, em março de 2008, apesar de não estar doente, meu pai também “partiu”.

 

Em abril, Aline “fechou” o consultório e chegou em Salvador um mês antes que eu.
 

Não tinha exatamente consciência de tudo o que se passava. Foram muitos sentimentos e emoções novos. Havia liberado muita coisa por amor e compaixão a mim mesmo. Sentia-me vazio e aliviado ao mesmo tempo.

 

No dia em que cheguei a Salvador, Aline me disse que iria para Europa participar dos cursos do Crimson Circle e que queria passar três meses viajando. Apesar da tristeza e do drama, decidimos nos separar. No fundo, compreendíamos que era o momento de ficarmos sozinhos, sem a interferência um do outro.

 

Com a viagem da Aline, fui ao "Classificados" e encontrei outro lugar para morar. Dividi um apartamento com outras pessoas que eu nunca tinha visto antes. Não pensei duas vezes, peguei as poucas coisas que eu tinha, além do meu computador, e fui embora. Quando entrei no quarto em que eu moraria pelos próximos meses, descobri que o Henrique velho tinha partido, mas o Henrique novo ainda não tinha chegado completamente.

 

Até reiniciar as atividades no meu novo local de trabalho, fiquei praticamente trancado no quarto. Apenas lia as canalizações de Tobias e respirava com consciência, permitindo vida nova para mim. Não li os e-mails que Aline me enviava da Europa, tampouco atendia as suas ligações. Falava com alguns amigos e só. Queria ficar comigo mesmo e nada mais importava.

 

Os meses foram se passando, mas dezembro foi o mês mais difícil. Pensava como seria passar o Natal sozinho. Mas não é que foi um natal libertador! Fiz uma pequena ceia e brindei comigo mesmo.

 

No início de janeiro de 2009, eu já me sentia renovado. Um dia, lá pela segunda semana do ano, resolvi, enfim, que era o momento de entrar em contato com Aline. Marcamos de nos encontrar. Só foi preciso um olhar pro outro...

Em 2012, por “amor a tudo que Eu Sou”, liberei também meu cargo público no Poder Executivo Federal.

LH Rico_vidashaumbra

Hoje, sou o Criador da minha vida,

fazendo escolhas para mim mesmo.

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