Compartilhando um pouco da minha jornada - L.H.
Começava a ter consciência da minha própria vida. Eu já percebia que não gostava do trabalho no Tribunal. Sentia-me preso, mas ponderava. Tinha um salário razoável e alguns benefícios.
Em 2005, eu e Aline decidimos comprar um
apartamento em uma área mais central da cidade. Compramos o
imóvel na planta. Os móveis foram planejados por nós. Os objetos de
decoração, cuidadosamente comprados.
Num dia em 2006, quando estava trabalhando, peguei
um processo para dar andamento e um documento caiu ao chão. Quando me
abaixei pra pegá-lo, olhei pra cima. Parei uns instantes e me
perguntei o que era que eu estava fazendo ali. Senti que era o momento
de pedir exoneração daquela função. Cheguei em casa, esperei Aline voltar do
consultório e falei para ela o que eu tinha sentido naquele dia. Ela me
ouviu e disse que me apoiaria no que eu decidisse. No outro dia, já tomei as providências para sair do Tribunal. Retornei a meu cargo de origem, em outra instituição. Isso reduziu minha remuneração quase pela metade. Mas segui meu coração. Alguns meses depois, nos mudamos para o apartamento.
Em 2007, minha mãe foi diagnosticada com câncer em
fase terminal. Era início do mês de junho. Eu decidi que iria
acompanhá-la até o “final”. Praticamente foi isso que fiz até setembro,
mês em que ela “partiu”. Minha convivência com Aline, nesse período, se
restringiu ao pouco tempo em que passávamos em casa e nos finais de
semana. Ficava no trabalho pela manhã e o resto do tempo era ao lado
de minha mãe. Chegava em casa por volta da meia-noite. Nessa época, cheguei a pintar 14 telas em uma
semana, tamanha era a minha necessidade de canalizar as energias. Foi um momento desafiador, mas
libertador.
No final de dezembro, eu e Aline viajamos de férias para o sul
da Bahia e decidimos que moraríamos em Salvador. Eu pediria transferência do meu trabalho para Salvador. Sabia que teria que encontrar alguém de Salvador
que aceitasse fazer o caminho inverso para, assim, concretizar a
permuta. E isso poderia não ser tarefa fácil. Liguei para o Recursos Humanos de Salvador e a pessoa que atendeu ao telefone foi quem
fez a permuta comigo. SIMPLES ASSIM! Além disso,
nós ainda alugamos para ela o nosso apartamento em Maceió. O que fizemos
com as coisas do apartamento? Vendemos, doamos... Liberamos
eletrodomésticos e móveis que tinham pouco mais de um ano de uso. Só
trouxemos para Salvador nossas roupas e objetos pessoais.
Alguns dias antes de ser oficializada a minha
transferência, em março de 2008, apesar de não estar doente, meu pai
também “partiu”.
Em abril, Aline “fechou” o consultório e chegou em
Salvador um mês antes que eu.
Não tinha exatamente consciência de tudo o que se
passava. Foram muitos sentimentos e emoções novos. Havia liberado muita coisa por amor e compaixão a mim mesmo. Sentia-me
vazio e aliviado ao mesmo tempo.
No dia em que cheguei a Salvador, Aline me disse
que iria para Europa participar dos cursos do Crimson Circle e que
queria passar três meses viajando. Apesar da tristeza e do drama, decidimos nos separar. No fundo, compreendíamos que era o momento de
ficarmos sozinhos, sem a interferência um do outro.
Com a viagem da Aline, fui ao "Classificados" e encontrei outro lugar para morar. Dividi um apartamento com outras pessoas
que eu nunca tinha visto antes. Não pensei duas vezes, peguei as poucas
coisas que eu tinha, além do meu computador, e fui embora. Quando entrei no
quarto em que eu moraria pelos próximos meses, descobri que o
Henrique velho tinha partido, mas o Henrique novo ainda não tinha
chegado completamente.
Até reiniciar as atividades no meu novo local de trabalho, fiquei praticamente trancado no
quarto. Apenas lia as canalizações de Tobias e respirava com consciência, permitindo vida nova para mim. Não li os e-mails que Aline me enviava da Europa,
tampouco atendia as suas ligações. Falava com alguns amigos e
só. Queria ficar comigo mesmo e nada mais importava.
Os meses foram se passando, mas dezembro foi o mês
mais difícil. Pensava como seria passar o Natal sozinho. Mas não é que
foi um natal libertador! Fiz uma pequena
ceia e brindei comigo mesmo.
No início de janeiro de 2009, eu já me sentia renovado. Um dia, lá pela segunda semana do ano, resolvi, enfim, que era
o momento de entrar em contato com Aline. Marcamos de nos encontrar. Só
foi preciso um olhar pro outro...
Em 2012, por “amor a tudo que Eu Sou”, liberei também meu cargo público no Poder Executivo Federal.
Em 2012, por “amor a tudo que Eu Sou”, liberei também meu cargo público no Poder Executivo Federal.
Hoje, sou o Criador da minha vida,
fazendo escolhas para mim mesmo.
(L.H.)
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